BEIJO INFINITO
despi-me do frívolo e mergulhei num lago calmo deixei alguns sinais não fosse perder-me e quisesse voltar à superfície os nenúfares pairavam, suaves carregando, gentis, as lótus sorridentes e os silêncios imersos que me rodeavam eram raízes de sonhos agarradas a um fundo fértil de vez em quando lá passavam peixes doirados numa dança de sintonia e logo atrás, os prateados em brincadeiras infindas as algas doces, teciam carícias de seda, frescas mais para oferecer serenidade do que para se fazerem notar e não serem pisadas e riam, das cócegas leves que provocavam mas algo faltava ali para ser sublime e quando dou por mim enquanto assimilava tudo ei-la! magestosa! a musa que sonhei! numa veste translúcida a denunciar a indelével beleza cabelos longos e livres com intermitências de sol numa câmara lenta própria da água suspirei, desde o mais íntimo de mim enquanto os olhos permaneciam abismados sem um mínimo movimento então aproximou-se, lentamente olhar doce e firme encostou os lábios nos meus e deixou, no beijo mágico, um infinito ainda hoje sinto o beijo sonho 05-03-2024
AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 05/03/2024
Alterado em 13/03/2024 Copyright © 2024. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |