INSACIÁVEL
Não ando pelas ruas da amargura, Nem vagueio pelo céu ao Deus dará Mas há noites, em mim, com tal largura E às vezes dias, tão curtos, sem manhã... Não oiço as vozes negras da loucura, Nem vejo vultos tristes, dor quiçá, Mas cai de mim um mar que tanto dura Que vem d'além de mim mas mora cá! Não sei de onde me vem tal inquietude, Se, assim, nasci defeito, se é virtude Ter olho que olha tudo tão insone... Quer seja na minh'alma a solitude, Ou nalgum olhar só, sem magnitude, Essa ânsia é tão voraz que até me come! 24-02-2024
AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 24/02/2024
Alterado em 08/03/2024 Copyright © 2024. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |