Fogo Braillado
prostra-se à vontade latente
salientam-se-lhe os olhos
e os dentes lascivos quebram o lábio
ao tinir da capa
a mão-cheia de tocar
e o livro abre-se
senti-la é de cerrar os meus
e ser olhar intuitivo
é já fogo braillado humedecido
como se lhe lesse pelos dedos
o prelúdio de narrativa ardente
se mais ressalta
já estremece à leitura papilar
e profiro palavras de lamber
é livro aberto de querer mais
mas aperta-se entre umas páginas
como quem reforça a releitura
de parágrafos essenciais
folheio, passeio as linhas
entendo e cresço na história
já lhe sou dentro
a querer-me personagem co-protagonista
e eis o desvelo
páginas vivas a curvar
a todo o comprimento de dois alfabetos
a exalar relevo de palavras suadas
a esticar o fim
até ao suspiro
no uníssono da última silaba
10-07-2025
AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 10/07/2025
Alterado em 10/07/2025
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