Doença Terminal de Amor à Guerra
é de estrada curta
o choque frontal sem acidente
os esqueletos repousam
desprovidos de armários
olha-se sem abecedários
não há palavras
nem elas se ousam
escudam-se nos olhos
de si calados
o silêncio é dum vento frio
a congelar o momento
memorando inesquecível
a paz dos ossos
a carregar às costas
o sofrimento é dos que ficam
e nunca ergueram espada
mas se a palavra
fosse Extrema Unção
aos doentes terminais de amor à guerra
cruzava-lhes a testa
com a peçonha do inferno
e prescrição
a preceito
seria um paliativo de queimar língua
29-05-2025
AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 29/05/2025
Alterado em 29/05/2025
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