Flores e Cogumelos
há um recanto chorudo
barulhento
espaço de não ler
tal é a (des)ordem das coisas
o olho vivo foge-lhe
semeia palavras sem tempo
sem orlas
das que se demoram à lucidez
o morto bajula
esperneia na ponta dos versos
pensa que o eco vai além da montanha
mas é de palavras sem saída
a ricochetear no espaço oco
volta atrás
esfuma-se
transpor o monstro é do silêncio
cair de semente num lado de lá
a germinar noutros olhos
botôes renascidos à luz
a estridência dos mortos
não sabe de sentir
só de chinfrim balofo
e se lhes nascem cogumelos
é da sombra
19-05-2025
AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 19/05/2025
Alterado em 19/05/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.