Fogo Platónico
De coração, tão quente, amar distâncias
Deixar longínquo o amor, desejo crónico
Como quem vê maná num ser afónico
E lhe comer saudade mata as ânsias
Que estranho este sentir,só, autonómico
Que sente mais que todos, sem fragrâncias
Sem calor, bafo, ou troca de substâncias
Em pranto a um destino que acha irónico
Não bastasse senti-lo sem ad hoc
Ainda o carrega num berloque
E tudo o mais parece ser difónico
E vai-se por uns versos a reboque
Da musa que mais quer, que não lhe toque
E dói-lhe o lume, triste e platónico
14-05-2025
AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 14/05/2025
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