Textos

Adeus em Pó



pousei o aceno num cepo
e com todas as letras de um adeus
esmaguei-o até ao ínfimo grão
já tardava a poeira
foi-se de sopro violento
àquela moldura cristalizada
a fisgar desde o baú
agora embaçada e corcunda
que sucumba às aranhas movediças
de teias pegajosas de esquecimento
não caberá mais a saudade
por um brilho irreflexo
tivesse a coragem de uma fisga
seria borracha esticada das pedras todas
e lá iriam até ao estilhaço
mas de nascença
sou dos que arremessam palavras
apenas depois de as viver



08-05-2025


AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 08/05/2025
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