Textos

Beijador de Papeis



é escasso o tempo de te escrever
mas num segundo não cairá o pano
e se o tecido nunca for só plano
o tempo das palavras é nascer

os dedos ágeis às teclas do piano
e os martelinhos fazem-me tremer
que tempo tomará antes de ser
o som de um poema não craniano

e se tempo sobra além do despejo
atira-se-me à pressa outro desejo
tal é a urgência de outro descargo

segundo a segundo és tempo de adejo
a molhar um papel como que um beijo
Seja ele o mais doce ou o amargo



07-05-2025


AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 07/05/2025
Alterado em 07/05/2025
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