Aviões de Papel
à chegada
era um hangar vazio
sem ave
sem planador
sem vaivém
nem um heli
ou um propulsor de jacto
só uma agulha a ronronar
e o vinil a simular batidas de asas
e pensar que as paredes bastavam
que as telhas abrigavam
e a porta
sim, a porta
serventia de janelas
tinha braços de largar
e larguei-te
larguei-te sempre ao voo
porque a saudade faz falta
mas não a que fica...
essa cortou as asas
as minhas
resta-me a reza
a um disco
que não risque
enquanto arrisco
os riscos de voltar a voar
não voam
nem salvam
os aviões de papel
com peso de tinta
14-04-2025
AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 14/04/2025
Alterado em 14/04/2025
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