Até à Translucidez
de portas às costas e janelas na fronte
fecho uma porta a cada janela aberta
evito as correntes...
de ar
o que fica, é de querer
ou peremptório resquício
e o que vai
ou vai-se, de vez
ou fica-se em algum lugar profundo
talvez só ensonado
talvez esquecido
quiçá desfibrilhado até à ave
por uns olhos eléctricos
sedentos de descarga
o que guardo morrerá comigo
mas acaso haja luz
uma nesga dela que seja
que venha a alforria
até à translucidez
de ser (do) universo
o ar já nada me importará
13-03-2025
AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 13/03/2025
Alterado em 13/03/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.