Recolhimento
do eterno afogado
a vir à tona para se trocar em miúdos;
nem só de fogo vive o homem
mas também da água que o apaga
quando as pálpebras encolhem
e os olhos incham
vai-se tudo, novo, ao mar
ao perder da vista os horizontes quadrados
espirala na imersão
e reinstala-se no espaço cabal
como quem sabe sempre do respirar
além das mantas, das raias
na medula
dos dedos almofadados
07-01-2025
AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 07/01/2025
Alterado em 07/01/2025
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