NO TEMPO CERTO
há uma esperança verde
caule a debulhar em brotos
treme-se das pestanas à primavera
como quem namorisca os sapos
já pisca ao sol, mas também reza à chuva
miudinha de ser água intrometida
agarrou-se à terra com todos os caracóis
e embrulha-se já em cachos pelos braços
aspirante risonha de céu acima
lá vai fazendo cócegas às nuvens tímidas
até que pinguem dos sorrisos
haverá tempo de crescer vagarosamente
enquanto conta piadas à luz dos dias
ao ritmo de quem sabe amadurecer
afinal, pensar demais bloqueia o gozo de viver
e a demanda é não pensar demais
até à frescura agradecida
de ser a mais apetecível
22-11-2024
AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 22/11/2024
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