SABOR-E-AR
Poro a poro a tortura sabe a mão
De dez chamas rumo ao curso secreto
Em demora que o doce predilecto
É mais doce na lenta combustão
Palmo a palmo o rogo à indução
Mordedura de lábio irrequieto
Tatuagem com unhas de afecto
Como ecos da caverna em rendição
As margens já se abrem em trajecto
À promessa de um rio indiscreto,
Que abafe o desejo, em contramão
Quando a água irrompe sem decreto
Eis que nasce outro rio inquieto
E evolam-se no fogo da paixão
25-10-2024
AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 25/10/2024
Alterado em 25/10/2024
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