FLOCOS DE NEVO
houve dum céu inatingível
flocos de um quê que não sei
em queda sublime
a queimar-me
caiu-me tudo em cima
num ápice involuntário
assim nasci
depois abriu-se o olhar
o que vê...
e vi
que de um outro alto
já os flocos de uma neve
haviam sido uma queda
sobre tudo
tudo ao meu redor era branco
e eu ali
impregnado de qualquer coisa
ganhei asas
comecei a voar
e só então senti
as cores todas
as cores de todos e de todas as coisas
entranharam-se-me
misturaram-se-me
e renascemos
hoje sei
conscientemente
do poder do meu nervo:
sou flocos de nevo
mil cores no negro
em queda livre
sobre o branco
10-05-2024
AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 10/05/2024
Alterado em 10/05/2024
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