(imagem retirada do google)
NÃO ME TAPEM A BOCA
A minha voz quer-se ouvida,
É voz de ser tão inquieto...
(Não me dou direito a veto!)
São ecos de sentir vida,
Gana de dentro fugida,
Sem muros, foge de apuros...
Se falo, já não me entalo...
Mais ainda se sou
Um poço, onde foço,
Buscando poesia
Que é tão correntia
E nela me dou!
Mesmo que em segredo,
Riscando o papel,
Mais tarde (ou mais cedo)
Será grã tropel
Esta voz sem medo!
Há coisas que o tempo leva,
Mas não leva a minha voz!
Porque irá de boca em boca
Triste, alegre, ou até louca,
Por almas onde for foz
E até em quem não lhe ache peva...
Mesmo eu pó, será sem dó!
Por isso, não me tapem a boca!
2013-11-15