Falas por gestos
Silentes, mas sumarentos
Dizendo os teus protestos
Sejam calmos, ou funestos
São os livres sentimentos...

Mostras as garras
Directas ao destinatário
Sejam elas para as farras
Ou para rasgar as amarras
Que te prendem no armário...

Mostras os dentes, claros
Para desmanchar de alegrias
Comer os doces mais raros
Morder as mãos dos avaros
Ou, então, ranger as arrelias...

Ergues o punho ao alto
Para bater forte na mesa...
Dizer basta ao sobressalto
Seres, da vitória, o arauto
Ou égide d'alma indefesa...

Mostras o olhar, firme
Para lançar desaprovação...
Ou, olhando o céu sublime
O mar que tanto te exprime
Libertas, apenas, o coração!

2013-02-15